domingo, 15 de janeiro de 2012

Busca gratuita com solidariedade em Niterói para conseguir um sorriso


Projetos como o da 'Clínica da Alegria' lutam para dignificar a vida humana, embora uma pesquisa feita por ONG diz que o Brasil ocupa 76ª posição em ranking de ações de caridade
Por: Rafael Lopes 15/01/2012

Os voluntários da Clínica da Alegria visitam hospitais
 públicos, orfanatos e creches. Foto: Thiago Louza

Compreendida como laço ou vínculo recíproco de pessoas, a solidariedade contribui para a ressocialização ou recuperação de acordo com o interesse de um grupo social. Voluntários que dedicam parte de seu tempo para levar mensagens de otimismo a outros membros da sociedade que se encontram desacreditadas são multiplicadores desse espírito.
Na maioria dos casos, as pessoas se apresentam de forma espontânea para desenvolver o trabalho proposto pelo grupo de apoio.
Desde criança Fátima Magalhães sente-se chamada a ajudar as pessoas ao seu redor com gestos simples, como dividir o lanche da escola ou distribuir seus brinquedos em orfanatos. Esse sentimento que a acompanha pela vida, fez com que ela fundasse há 10 anos a 'Clínica da Alegria' em Niterói. O trabalho consiste nas visitas quinzenais a hospitais públicos, orfanatos, creches, da cidade e regiões vizinhas para doarem alegria a quem precisa.
A “Amada”, como é conhecida em seu trabalho voluntário, teve a ideia de criar a clínica após assistir com sua filha o filme “O Amor é contagioso”, que conta a história real de um paciente que se torna médico de uma instituição para doentes mentais e utiliza métodos nada ortodoxos de tratamento.
Atualmente, o grupo conta com 12 voluntários e está com processo de seleção aberto para novos integrantes.
“Nosso objetivo é distribuir muitos sorrisos e palhaçadas, além dos presentes para crianças e idosos. Por esse motivo, as doações que recebemos são muito importantes. Para os hospitais, são necessárias fraldas (crianças e geriátricas), roupas, brinquedos, produtos de higiene pessoal”.
No mesmo caminho da mãe, a enfermeira Fernanda Magalhães leva o espírito da solidariedade para o cotidiano de seu ambiente de trabalho. “Acredito que dar valor é uma forma de tratar meus pacientes com outro olhar. Às vezes eles estão tristes, mas tento levar alegria para eles, para se sentirem mais acolhidos”, explica.
Há 11 anos atuando como voluntário na Pastoral da Sobriedade, Marcelo Simplício, de 37 anos, resolveu retribuir toda a dedicação que ele recebeu quando era usuário de drogas. Atualmente, ele dedica seu tempo na orientação de dependentes químicos pela pastoral da Arquidiocese de Niterói.
“A maior alegria do meu trabalho é poder contribuir para o resgate do cidadão que, muitas vezes, é considerado perdido. Por isso, fundei uma casa de missão onde conto com a colaboração de uma equipe multidisciplinar. Percebi que, além dos usuários, as famílias também precisam de apoio”, ressalta.
Pesquisa – Em 2010, uma pesquisa inédita realizada pela ONG internacional Charities Aid Foundation, que criou o índice World Giving Index (Índice da Generosidade Mundial) revelou que o Brasil, embora considerado um país que pratique constantemente boas ações, não ficou entre os 50 mais generosos.
Os brasileiros ocupam a 76ª posição no ranking, num universo de 153 países pesquisados. Um em cada quatro entrevistados no Brasil afirmou que contribui com dinheiro para alguma organização, que inclui instituições de caridade, partidos políticos ou igrejas.
Na América Latina, o Brasil aparece atrás de outros 15 países, empatado com Argentina e Nicarágua. Entre os países dos BRICs, os brasileiros são os mais generosos, à frente dos indianos (134º lugar), russos (138º), e chineses (147º).



O FLUMINENSE

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